No meio do povo costuma-se dizer que um doente quando já em fase terminal, pouco antes de morrer, esboça uma reação de considerável melhora, que chega a animar a família e os amigos. Mas logo em seguida o coração para de bater, o cérebro para de funcionar e então vêm as lágrimas e o desespero de muitos.
É exatamente isso que está acontecendo agora com um reduzido grupo de empresários da Saúde Privada e seus tentáculos em importantes setores da sociedade.
Durante 8 anos esse grupo se locupletou da Saúde Pública e da prefeitura como um todo, em detrimento da população.
Esse mesmo grupo saqueou a Unimed.
Há 15 dias assumi a secretaria municipal de Saúde de Cabo Frio e desde o discurso de posse, até agora, tenho dito que este é o maior e mais difícil de todos os desafios da minha vida.
Eu sabia perfeitamente das dificuldades, tenho visitado os hospitais e sei bem que há muito a fazer para melhorar a qualidade da saúde.
Mas confesso que não tinha a exata dimensão de tudo. Há uma teia de interesses escusos que está sendo esgarçada a partir da minha ida para a secretaria. Há uma cultura de que dinheiro público não tem dono, a mesma cultura do ganho fácil.
Era o que acontecia no passado.
Os gestores da saúde pública eram também os donos de toda a estrutura da saúde privada. Eles emitiam cheques de milhões numa ponta e recebiam esses milhões na outra ponta.
A minha ida para a secretaria de Saúde foi o começo do fim dessa imoralidade. Em vez dos carrões de luxo, das mansões, das super lanchas e dos Iates, essa quadrilha devia estar mesmo era atrás das grades, que é o lugar de ladrões, e sobretudo de ladrões do dinheiro da saúde. Ao roubarem o dinheiro da saúde, eles roubaram vidas, eles deixaram filhos órfãos, eles deixaram mulheres viúvas, eles acabaram com a vida de muitas mães pela morte prematura dos filhos.
Como sabem que não vão me comprar, como sabem que não sou farinha do saco deles, como sabem também que a faxina ética e moral que estou fazendo é por orientação e determinação do prefeito Alair Corrêa e por isso não conseguirão me tirar de lá, começaram uma campanha difamatória contra mim.
Eu disse começaram porque sei que isso é só o início.
Sei que eles são capazes de muito mais, são capazes de tudo para continuar mamando nas tetas dos cofres públicos.
Estou colocando o dedo em feridas que doem muito e que vão doer muito mais ainda. Vou citar apenas uma, das muitas que já identifiquei. Não vou citar outras para não atrapalhar as investigações que minha equipe está fazendo. Pois bem, esta semana chegou ao meu conhecimento um fato que me deixou profundamente indignado. O médico Carlos Victor da Rocha Mendes, o todo-poderoso secretario irmão do ex-prefeito Marquinho Mendes, recebia salários da saúde sem trabalhar. Determinei o imediato corte do ponto. Se quiser receber tem que trabalhar. A saúde pública não é lugar para vagabundos.
Não é só com Carlos Victor que estou agindo assim. Na quinta-feira fui ao Hospital do Jardim esperança. Muita gente na fila de um hospital que tem em seus quadros 158 médicos, que recebem um bom salário e em dia. Determinei o corte do ponto de todos os que não aparecerem para trabalhar. E mais: vou visitar os hospitais e UPAs nas madrugadas.
Este secretário de Saúde foi ao médico pela primeira vez já adulto. Este secretário conhece muito bem a dor de ser pobre, a dor de quem não tem direito à saúde.
A população de Cabo Frio me conhece. Os servidores públicos me conhecem. Os lideres sindicais me conhecem. Perguntem aos senhores Oyney, Mazinho, Manoel Crispim da liderança dos agentes comunitários de saúde e a tantos outros líderes sindicais, sobre o meu comportamento em relação ao funcionalismo. Perguntem a eles se já me viram nos bastidores, tramando contra os servidores. Perguntem aos fiscais municipais quem é o responsável pela incorporação da produtividade aos salários deles. Perguntem a esses líderes quantas vezes me viram nas tribunas e na imprensa, defendendo a causa deles, sendo governo ou sendo oposição.
Eles dirão que quando eventualmente a imprensa negava espaço, Dirlei Pereira, com seu megafone, ia sozinho para as ruas e para as praças protestar.
Esse é o Dirlei Pereira, com milhões de erros, com muitas imperfeições, mas sem máscaras, sem subterfúgios, sem manobras nos porões sombrios. Repetindo o apóstolo Paulo, eu sou o pior dentre todos os pecadores. Podem me acusar de outros pecados, de muitos outros, menos do pecado da falsidade, da omissão, da mentira, da corrupção e do engano. Desses, se me acusarem terão de provar. E provar nas barras dos Tribunais.
Intencionalmente ou usado, um advogado, a serviço do bando da saúde privada ou de alguns paus mandados deles, está me acusando de forjar ações judiciais contra os servidores. Não serei leviano – assim como ele foi em relação a mim – de dizer que ele estaria levando dinheiro desse bando, mas não me surpreenderia se estivesse.
Esse mesmo bando está usando um homem de bem. O Bené do Vilage é um homem de costumes simples, um homem íntegro. Conheço bem o Bené, conheço bem a Regina Stela, esposa do Bené há pelo menos 25 anos. E eles me conhecem muito bem também. Perguntem a Regina Stela o que acha de mim. Perguntem ao próprio Bené.
Mas para atender aos seus interesses escusos, esse bando do mal não mede consequências. É capaz de jogar na lama a honra de qualquer pessoa.
Quanto a mim, devo dizer que estou preparado para o embate. Que venham os bandos do mal, que venham as quadrilhas, que venham todos aqueles que durante 8 anos espoliaram o dinheiro público, que durante 8 anos se enriqueceram as custas da pobreza, da miséria, do sofrimento e da morte de tanta gente.
Nos próximos dias vou ingressar em juízo com tantas ações quanto se fizerem necessárias. Injúria calúnia difamação, indenização por danos morais e representação na OAB contra o advogado, contra setores da imprensa e da rede social que eventualmente assacarem contra a minha honra, e contra todos aqueles que querem que Cabo Frio volte ao passado.
Vivemos numa democracia onde o direito à liberdade de expressão é inalienável. Mas que se exerça esse direito com a verdade e sobretudo com responsabilidade.
Eles jamais conseguirão me arrastar para a lama onde estão chafurdados.
Ontem uma pessoa da minha família, preocupada com as ameaças veladas que venho recebendo por estar contrariando grandes e escusos interesses, me indagou se eu não deveria contratar seguranças. Minha resposta foi taxativa: não preciso da segurança de homem algum. A minha vida está nas mãos de Deus. E os anjos Dele estão acampados 24 horas por dia ao meu redor. Portanto, não temerei mal algum por que sei que Deus está comigo. Só quem me deu a vida tem o poder de tira-la.
Para católicos e evangélicos e para todos os que conhecem a Bíblia Sagrada, vou fazer duas citações da palavra de Deus. Eu me considero como um Mefiboset, aquele coxo que o rei David mandou buscar em Lodebar e para honra-lo o colocou à sua mesa. E mais. Confio na palavra de Jesus em Lucas 10:19: “eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano”.
Sou ex-lavrador, filho de lavrador, e até a idade adulta morei num local chamado Surucucu, no Araçá, interior de Tamoios. O Surucucu é uma das cobras mais venenosas, sua picada pode matar em minutos. Não morri porque Deus tem propósitos e promessas na minha vida. Hoje ocupo um cargo que muitos integrantes de uma elite nojenta, que felizmente está em extinção, jamais conseguiram ocupar. Outros até já ocuparam e sonhavam voltar. Mas, podem tirar o cavalinho da chuva, não voltarão.
Quem como eu tem essa história de vida, de sofrimento, de privação, não pode ter medo de cara feia. E também não pode e não vai se curvar à conversas obcenas e não republicanas.
Não recuarei um milímetro sequer, porque sei que estou fazendo a vontade de Deus nessa missão delegada a mim pelo prefeito Alair Corrêa.
Quero enfrentá-los na TV, no rádio, na OAB, nas praças públicas, no Ministério Público e no Judiciário.
Eles podem vir contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra eles em nome do Senhor dos exércitos, o Deus dos exércitos de Israel.
O bem sempre vencerá o mal e a verdade, que liberta, sempre haverá de prevalecer.